Faz parte da
democracia a população ir às ruas defender a deposição de um governante, desde que pelas vias legais e constitucionais,
havendo razões fundadas. É natural, desejável até, que haja um clamor das ruas
contra a corrupção.
No Brasil
atual, todavia, gritar “chega de corrupção” e ao mesmo tempo bradar “fora Dilma”
ou “fora PT” é uma completa insensatez, para dizer o mínimo.
Veja nesta matéria que na era FHC os integrantes do Ministério Público começaram a produzir
a lista tríplice, indicando os nomes de preferência do próprio órgão. Fernando
Henrique ignorou a indicação, negando autonomia à PGR. Lula e Dilma, não: em
todas as nomeações para o cargo nos governos petistas foi designado para o
cargo o nome mais votado pelos integrantes do Ministério Público. Lula
reconduziu o Procurador Antônio de Souza, mesmo depois deste ter denunciado
integrantes do Governo e do PT.
Na
ilustração acima vê-se que nos governos Lula e Dilma a PF teve autonomia e apoio, e por
isso atuou de forma muito mais intensa, combatendo efetivamente a corrupção.
Pedir o fim
da corrupção e ao mesmo tempo pedir a deposição de Dilma, é, portanto, demonstração
de total incoerência. É jogar a favor da impunidade que existiu no passado, e
que os demo-tucanos querem restaurar no Brasil. É burrice absoluta.